Muito antes de seu nascimento e ainda na barriga, tem início a formação do vínculo entre a futura mamãe e seu
bebê. Trata-se de um processo de comunicação tão complexo quanto sutil e que
torna possível esta troca íntima e profunda. O vínculo é de importância vital
para o feto, pois precisa se sentir desejado e amado para propiciar a
continuação harmoniosa e saudável de seu desenvolvimento.
A formação do vínculo não é automática e imediata,
pelo contrário, é gradativa e, portanto, necessita de tempo, compreensão e amor
para que possa existir e funcionar adequadamente. O amor e a rejeição repercutem sobre a criança
muito precocemente, assim, até os três primeiros meses de
vida intra-uterina, as mensagens enviadas pela mãe são, em grande parte,
incompreendidas pelo embrião, muito embora possam causar-lhe desconforto se
percebidas como desagradáveis.
Com o decorrer do tempo, a experiência de
desconforto transforma-se em emoção e tem início a formação de idéias sobre as
intenções maternas em relação a si mesmo. Desta maneira, se a mãe for amorosa e tiver uma relação afetiva rica com seu
bebê, contribuirá para que nasça uma criança confiante e segura de si. Assim
também, se mães deprimidas ou ambivalentes que, por uma razão qualquer, privam
o feto de seu amor e apoio, certamente favorecerão o estado depressivo e a
presença de neuroses na criança e que podem ser constatados após o nascimento,
pois sua personalidade foi estruturada num clima de medo e angústia.
Mesmo a gestante que rejeita seu filho comunica-se
com ele através do fornecimento do alimento. Mas, a qualidade desse vínculo é
diferente da mãe que o deseja e esta é a grande diferença, pois não é apenas
uma comunicação biológica.
Se o feto participa de todas as emoções maternas,
muitas gestantes inibem a sexualidade por sentirem-se constrangidas com esta
participação, principalmente no momento do orgasmo e dos sons e ruídos emitidos
pelo casal. Apesar disso, convém esclarecer que a atividade
sexual não traz qualquer malefício. Ao contrário : o orgasmo, especialmente na
mulher, é altamente benéfico física e emocionalmente, e é através dele que o
feto capta o bem-estar geral da mãe, a felicidade intensa e, principalmente a
tranqüilidade após o orgasmo e não este propriamente.
Os acontecimentos graves e estressantes como perdas
significativas ou situações que atingem a gestante diretamente, como brigas
conjugais ou com pessoas mais próximas, são causas de grande sofrimento fetal
e, muitas vezes, não há como evitá-los.
Para diminuir os efeitos nocivos ao feto, a futura
mamãe deve aumentar os períodos de descanso, oferecer-lhe apoio afetivo e
conversar com ele, esclarecendo-o dos acontecimentos.
Embora não haja compreensão das palavras, o feto capta o sentido do que lhe é dito e se tranqüiliza. Assim, o vínculo mãe-bebê não é quebrado.
Embora não haja compreensão das palavras, o feto capta o sentido do que lhe é dito e se tranqüiliza. Assim, o vínculo mãe-bebê não é quebrado.
Concluindo, se o vínculo materno-fetal não foi
consolidado durante o período gestacional, há de se tentar nas horas e dias que
sucedem ao nascimento, que é o período ideal na vida extra-uterina e, se
necessário, com a ajuda de um profissional capacitado.
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