sexta-feira, 8 de agosto de 2014

SUS disponibiliza imunização contra VSR para bebês prematuros

Para crianças acima de dois anos de idade ou adultos com condições normais de saúde, a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório, mais conhecido como VSR, pode ser confundida com um simples resfriado. No entanto, em bebês prematuros, com cardiopatia congênita ou com broncodisplasia pulmonar, o ataque é mais grave e pode até ser fatal — os pesquisadores estimam que a taxa de mortalidade, em decorrência do VSR, é de cerca de 5%. Bronquiolite e pneumonia são as consequências mais comuns do vírus.
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizção, os bebês prematuros têm três vezes mais risco de serem hospitalizados em decorrência do VSR do que um bebê nascido a termo, pesando mais de 2,5 quilos. “De todos os bebês infectados pelo vírus, 30% terão problemas por longo prazo, como crises de chiado repetidas e asma. Os problemas causados pelo vírus sincicial respiratório podem ser prevenidos e é importante que os médicos orientem as famílias sobre isso”, alerta Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A boa notícia é que o medicamento — não se trata de uma vacina, mas sim de um anticorpo já pronto —, antes acessível apenas em laboratórios particulares, com alto custo, está disponível gratuitamente em todo o Brasil pelo SUS. “Como a duração da proteção na criança é de cerca de um mês, a imunização é feita através de uma injeção mensal deste anticorpo chamado Palivizumabe, até o máximo de 5 doses”, esclarece Kfouri. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização, o Palivizumabe é recomendado nos meses de maior circulação do vírus (entre março e setembro, coincidindo com as estações de outono e inverno, apesar de não estar relacionado a baixas temperaturas) para:
- Prematuros com idade gestacional menor de 29 semanas até 1 ano de idade;
- Prematuros com idade gestacional de 29 a 32 semanas até 6 meses de idade;
- Prematuros de 32 a 35 semanas com até seis meses de vida que apresentem dois ou mais fatores de risco: criança institucionalizada, irmão em idade escolar, poluição ambiental, doenças neuromusculares e anomalias congênitas de vias aéreas.
- Cardiopatas ou portadores de doença pulmonar crônica até 2 anos de idade — desde que em tratamento clínico para essas condições nos últimos seis meses.
Vale lembrar que o protocolo para solicitar o medicamento pode variar em cada Estado. Em São Paulo, é necessário que os pais providenciem os seguintes documentos:
- Laudo para Solicitação de Palivizumabe com data, devidamente preenchido, assinado e carimbado pelo profissional responsável pelo atendimento ao paciente interessado;
- Cópia da certidão de nascimento do paciente;
- Cópia do comprovante de residência (com CEP);
- Cópia do cartão SUS;
- Para pacientes prematuros: cópia do relatório de alta hospitalar do berçário;
- Para pacientes prematuros entre 1 e 2 anos de idade e com Doença Pulmonar da Prematuridade: relatório médico atualizado;
- Para pacientes cardiopatas: relatório médico atualizado, com a descrição da cardiopatia, o grau de hipertensão pulmonar e os medicamentos utilizados. 

Por Manuela Macagnan            

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